Que apaixone-se embriagadamente
Que em vinho e mel se lambuze
Que um céu de cores quentes
- acalente mais o sentimento
Que perca-se em gozo lentamente
- até perder os sentidos.
Que apaixone-se, sem medidas
Que em troca dê a vida completamente
Que o dia traga magia
- e que as noites espalhem estrelas
Que se reconheça infantil e demente
- pois quem ama só sabe
e sente que ama
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sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Legado – Que Apaixone-se, Sem Medidas...
Postado por Rangel Castilho às 20:18 0 comentários
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Quebra Cabeça - Brinquedo De Encaixe...
Aprendi que sou bem mais,
Em tempos de guerra,
Sou tua paz.
Sou uma parte,
A melhor que te cabe
Como um quebra-cabeça,
Um brinquedo de encaixe.
Postado por Rangel Castilho às 18:21 0 comentários
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Essa Noite - Meu Final, Meu Recomeço...
Essa noite
Você é meu endereço
Meu final, meu recomeço,
Meu destino pra cumprir.
Essa noite
Em teu colo adormeço,
Já não tenho mais segredos,
Já não quero mais fugir.
No escuro dessa noite
Minha alma está presa a você
Teu veneno é um beijo doce
Embriaga-me de puro prazer
Essa noite
É o fim de todo medo
Sem limites ou conceitos
Quero estar junto a você
Essa noite,
Nosso amor, nosso desejo
São maiores que os erros
E tudo pode acontecer
Postado por Rangel Castilho às 08:43 0 comentários
terça-feira, 25 de setembro de 2007
O Tempo - Eterno Recomeço...
O relógio que avança aos segundos,
Um a um,
Revela a eternidade do tempo:
Essa imensa grandeza arquitetada grão a grão,
Arrastando civilizações, povos e culturas.
Espremendo a seiva do homem,
Purificando a essência da humanidade,
Segue o tempo.
O tempo, deteriorização do imperfeito,
A transmutação do verme:
A lagarta na mais bela borboleta.
Tempo é eliminação.
O tempo é a incrível marca invisível do não se sentir satisfeito.
Tempo é dinâmica.
Tempo é a plenitude do nada,
Onde tudo se finaliza e recomeça.
O tempo são duas forças eqüidistantes,
Elásticas, distendidas, incorporadas que são,
Por não existir uma sem a outra.
Uma agrega: encaixando desordenadamente aquilo que vaga no universo,
Materializa, unindo campos incompletos.
A outra altera, recompõe e reordena.
Uma brutaliza, a outra lapida.
O tempo existe tal como o silêncio.
Algo inerente a todas as coisas e atos,
Mas que não se concretiza,
Porque já está lá.
Tal como o tempo,
O silêncio é a intervenção,
Já sendo o todo.
É a síntese onde tudo se conceitua,
Planeja e constrói,
Como também que danifica,
Destrói,
Propiciando assim um eterno recomeço.
Postado por Rangel Castilho às 06:38
Não Me Peçam Pra Cantar - Mais Uma Canção De amor...
Não me peçam pra cantar
Mais uma canção de amor
Se meu pobre peito sofre
Com a lembrança do seu toque
Com a fragrância de tua pele
Perfume da mais linda flor
Não me peçam pra cantar
Mais uma canção de amor
Se meu peito está calado
Com a falta dos afagos
Está de olhos marejados...
Em gotas de profunda dor.
Postado por Rangel Castilho às 06:21
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Anjos Sapecas - Pulando Janelas...
(... Para as mulheres
Travessas e discretas,
Anjos do meu Brasil.)
(E para todas as janelas abertas...)
Meu anjo safado
De cachos dourados
Menina sapeca
De olhos tão claros
Meu anjo mestiço
De olhos puxados
Anjo do oriente
De lábio encarnado
Minha bela negra
De cabelo enrolado
Meu anjo invocado
Pulando janelas
Menina moleca
Sabor de pecado
Pulando janelas
Meu anjo invocado
Postado por Rangel Castilho às 10:19
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
O Dia – Um Quadro Por Pintar...
Tela em branco é o dia
Paleta cheia de cores
Cada ser é um artista
Cada qual com seus valores
Traço eu,
Leves traços
Tons suaves
Sem ser fraco.
De minha parte quero a paz
Quero amor por onde passo...
Postado por Rangel Castilho às 06:07
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Escuro – Só A Alma Do Menino...
Brota uma arma na mão do menino
E a tarde esvazia
Esfria a rua como vento de inverno
Seus olhos medrosos refletem nos meus
Minha vida repasso em segundos
Uma bala atravessa o vidro
Bate em meu peito feito um tambor
Um tum-tum-tum batuca ao longe
O horizonte desmancha em suor
Não vejo o caminho
Só o escuro da alma do menino.
Postado por Rangel Castilho às 07:45
domingo, 16 de setembro de 2007
Você – Um Suicídio Poético...
És um labirinto.
Permeio perdido em ti,
Quanto mais caminho...
És um poemeto.
Arremedo de suicídio poético
Que sempre cometo.
Quanto mais caminho.
Quanto mais te vejo...
Postado por Rangel Castilho às 11:19
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
O Tempo – O Remédio E O Veneno...
Tolos mortais
Inventam remédios
Pra viver mais
Doce veneno
Em doses letais
É a agulha do tempo...
Postado por Rangel Castilho às 05:52
Ainda - Descobrir Que Amo Você...
ainda descobrir a luz da manhã.
e o pôr-do-sol em vermelho se despedir.
ainda saber que as janelas são pra te ver,
que olhos são para colorir.
ainda entender um carinho sutil,
como um rio que sempre passou sem eu perceber.
e aí, descobrir que o céu é azul
como nunca pude entender.
ainda sorrir docemente, por nada.
sentar ao pé da escada para ver o dia nascer.
nem perceber que no céu já tem estrelas,
e que é quase madrugada.
ainda descobrir como é bom viver.
que o bom de viver
é acordar com você.
Postado por Rangel Castilho às 05:48
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Sem Amor – O Vazio Já Bastaria...
O que caberia
Em tão parcos versos,
Etéreos e sem alegria?
Na verdade,
Nem a dor,
Nem felicidade
(nobre sentimento).
O vazio já bastaria...
Postado por Rangel Castilho às 06:51
Filho Bom – Tem Nome De Anjo...
Gabriel,
Teu nome clareia.
É como a luz de uma estrela.
Uma lua cheia
No céu.
Postado por Rangel Castilho às 05:49
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Celebrar - Quem Veio Me Ouvir, Aprender E Ensinar...
Celebro os passos que me fizeram trazer
Celebro a estrada
A dura caminhada
A alma empoeirada
De tanto lugar que fiz conhecer
Celebro os calos que me fizeram proteger
Celebro a esmola
A dura escola
A longa rota
De pranto e cantar que fiz cometer
Celebro os atalhos que me trouxeram o lugar
Celebro a humanidade
Gente de pouca idade
Velhos da comunidade
Quem veio um dia me ouvir, aprender e ensinar.
Celebro os tratos a quem dispensou um pernoitar
Celebro a desconfiança
A grande festança
A pureza da infância
Crianças que nunca deixaram de me abraçar
Celebro os percalços, destemperos do caminhar
Celebro a não violência
Celebro a crença
Da não recompensa
Que só o amor poderá nos pagar
Celebro o repasto a que o corpo veio reclamar
Celebro o pão
A maior comunhão
Desprezo a tristeza
De mesas postas
E em resposta: um não
Não temos nada pra dar.
Postado por Rangel Castilho às 10:02
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
A Ave De Rapina – E Um Falso Juramento...
Ave de rapina
Pousou em meu peito
Maculou minha alma
Botou-lhe defeitos
Eu que não minto
Inventei mil histórias
Tropecei em mim mesmo
Sou parte da escória
E assim serei
E não haverá futuro.
(eu já te esqueci)
Eu juro...
Postado por Rangel Castilho às 05:31
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Uma Ancora – E Um Navio Por Zarpar...
De saudade dela
Desci todas as ladeiras
Cai na cachaça
Dormi nas cadeiras
Perdi meus poucos trecos
Eu que nem bebia
Fiz uma romaria
Via crucis de botecos
Conheci os mil puteiros
Carinhei as dez mil putas
Dentre todas a mais louca
Tirou-me a pior culpa
Disse baixinho entre os lençóis
Uma verdade de matar
A saudade é uma ancora
Que não deixa o navio zarpar...
Postado por Rangel Castilho às 16:19
À Primeira Vista – E O Céu É Azul....
Coloriu Rosa-dos-Rumos
Que pelos ares girou
Feito vôo das araras
Feito dança de taquaras
Lá do alto esverdeou
Verdes olhos me fitaram
Teu rosto em desenho de nuvem
E o azul que tinha te dei
Se antes não sabia – madurei
O amor fez dessas coisas
Descortinou o imaginário
Revelou-se sentimento
Descobri o encantado
Postado por Rangel Castilho às 16:17
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Haiku - O Leite Derramado...
Depois de morto
Não quero reconhecimento
Só uma lápide de cimento...
Postado por Rangel Castilho às 04:35
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Doador – Porque Alguém Precisa...
A cor,
minha preferida:
( é da cor
da dor ).
Vermelho - é a cor da vida...
Postado por Rangel Castilho às 04:37
domingo, 2 de setembro de 2007
Morrer – É Pra Quem Fica...
O tempo te leva há tempos
Um pouco a cada dia
És pó,
Esvaindo entre as frestas,
Escapando em agonia.
Tanta chuva ainda vai chover
Vou cruzar tantos janeiros
Até esquecer de você,
Até ires por inteiro...
Postado por Rangel Castilho às 05:32