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terça-feira, 15 de julho de 2008

Revendo Tuas Fotografias - À Mercê Dos Dias...

De uma risada descartei dois naipes tristes
Um sábado de despedida
Um domingo de chuva intensa.

Agora são fotografias
Recortes digitais
De uma saudade imensa

(depois disso fiquei à mercê dos dias...)

É como deitar sob cobertores grossos
Sufocar o frio cortante que atravessa o peito
Acreditar que finalmente posso
Viver daqui pra frente de outro jeito.

A Espera – De Você...

Esperava só uma palavra
Talvez uma carta
Um aceno, um sinal.
De você eu esperava
Um cartão postal
Um bilhetinho
Grudado com durex no mural
Encontrar um sedex
Em minha caixa postal
De você eu esperava
Mas você não mandou não
Chegou tão inesperada
E me deu seu coração

Doze Meninos - Companheiros de Destino...

Subindo a rua do parquinho
Chega-se à biblioteca em doze passos
Um pra cada mês, um pra cada menino
Pequeninos na areia sem sapatos

Subindo a rua ouvi seus gritos
Januário, o protetor dos lares, tão alegre e inaugural
Traz ao braço Febreiro, o pequenino,
Que vem em purificação, vem em carnaval

Marçal tal qual um Deus Guerreiro
Traz imensa primavera em harmonia
Enquanto Aprus se faz pascal festeiro
E o amor é pra sempre alegria

Bona Dea é o quinto menino, o mais bonito
É a fertilidade dos campos imensos em abundância
Juno Lucina de São João traz em sua calenda mais meninos
Um dia só de amor e dedicação às crianças

Antes Quintilis depois Julio de São Tiago
Amadurecido tempo de colheita farta
Augusto nasceu da inveja do rei dos soldados
Agosto de Santa Maria e férias largas

Boedromion se fez independente
Sete dias antes das nonas desse mês comemora
Oitubro traz as chuvas de repente
Traz outono feito menino que chora e em vermelho desfolha

O décimo primeiro é dos santos de São Martinho
Que em novembro traz o frio em grande tropel
Dezembro o nascimento de Jesus pequenino
Que se alonga em festas para o Papai Noel

Doze meninos festivos
E essa minha observação nada discreta
Eles lá cada qual com seus motivos
E eu passando para ir a biblioteca.

Dá-me O Que Sou - Ao Menos O Que Restou...

Dá-me o restante de mim
O que ficou pela varanda
Na estante e na grama do jardim
No tapete da sala e em nossa cama

Devolve-me pequenos tesouros
Teu olhar que vale viagens
Na bagagem um blusão de couro
E as mais lindas paisagens

Devolve-me ser feliz
As lágrimas que choramos
O beijo com gosto de anis
O dia que nos apaixonamos

Dá-me só o que me resta
A minha paz
Meus dias de festa
E se não for capaz
Chama-me depressa
E não me deixe nunca mais...

Brasileiro - Quando For Dono De Mim Mesmo...

Lembrei-me de quem sou, finalmente
Algo entre a sede e o afogamento
Um tanto de fome, um pouco semente
Gado em passo dolente para o abate
Como se tudo fosse fingimento

Sei, entretanto que trago ao peito
Essa lágrima de alegria tanta
Esse grito de não ter palavras
Gado em passo dolente para o abate
Como se tudo fosse um mantra

Lembrei-me que sou brasileiro
Dono hipotecado de tanto Amazonas
Arrendatário de vidas futuras e do planeta inteiro
Gado em passo dolente para o abate
H2o que me faz falta e me deixa a cabeça zonza...

Amor Sentimento Maior - O Teu Significado Melhor...

De frio pé-de-vento ventou
Precoce a parreira pariu
O pé de caju caducou
Meu pé quebrado sentiu

De frio congelou o bigode
Na boca derradeiro quentão
Pedi São João me socorre
Sozinho nessa procissão

De frio bate o queixo teimoso
Sem eira estribeira calar
Choraminga meu peito queixoso
Seu rosto que não vejo ao passar

De frio a adega esvazia
Enfim entrega o meu coração
Cabeça que gira e rodopia
Em álcool anestesiado pendão

Você:

Sinônimo, norte e destino
Estrada, manche e verdade
Metrônomo, sorte e caminho
Amada, amante e saudade...