Pensei ser nuvem de algodão
Branca passagem pelo céu
Esqueci o nome do cidadão
Me lembraram de um tal Rangel
Absorto vejo sobre os montes
Campos abertos pelo trator
Abrindo novos horizontes
Com mais dor, com mais calor...
Passarinhos azuis e verde esperança
Desistiram de voar
Estão em cestos de lixo, revirando a lambança
De homens feito para arruinar
Pensei ser passarinho livre no céu
Mas alguém me acordou e cai do muro
Voltei a ser um Rangel
Mais um homem destruindo o mundo.
A cada papel de bala jogado pela janela do carro
A cada sacola de mercado boiando nos rios
A cada eletrônico pelas ruas descartado
A cada vez que finjo não ser comigo
Seguidores...
sábado, 10 de setembro de 2016
MEU VÔO SOLO - TALVEZ NEM SAIBA VOAR...
Postado por Rangel Castilho às 09:30 0 comentários
sexta-feira, 1 de julho de 2016
O TUCANO E MINHAS GOIABAS...
Parece uma matraca
Chega e alvoroça a manhã
Veio de olho em minhas goiabas
Olhos brilhando qual aldebarã
A goiabeira nasceu assim
Sem eira nem beira trazida por um seu
Caiu ao solo a semente, achou amparo
aquietou-se, despertou, floresceu
Esse tucano é velho conhecido
Visita também o vizinho e suas bananeiras
Faz um alvoroço, tem medo de perder o pescoço
Só começa a comer quando sente firmeza
A goiabeira esse ano estava feliz
Produziu belos frutos, doces pecados
Tão bem fez que virou chamariz
De tucanos, sabiás e periquitos mal educados
Os periquitos, esses bagunceiros
Além de comer toda a produção
Fazem um alvoroço, uma algazarra
E a sujeira esparrama pelo chão
Eu aqui, de minha varanda
Sigo o voo, viro pássaro imaginário
Ao morder uma goiaba madurinha
Sigo o mesmo itinerário...
Postado por Rangel Castilho às 06:00 0 comentários
segunda-feira, 6 de junho de 2016
O Brasil é Uma Árvore - Pau Neles!
Quando havia quem o amava
E corriam por entre a selva, o rio e o mar
E dançavam suas danças agradecendo o sol
E tudo funcionava, chegaram os que vinham dizimar
De além mar vieram sujos, fedidos e arrogantes
Aqui eram milhões de habitantes
Índios! gritaram, selvagens! proclamaram
E aprenderam a tomar banho e se deleitar
Quando os que aqui amavam foram violentados
Mortos, dizimados, sobrou a selva, a mata e seu tesouro
E os sujos e fedidos derrubaram tudo o que era achado
Chamavam de Pau Brasil - aquele imenso canteiro de ouro
Hoje os sujos e fedidos continuam sua saga
Querem a Petrobrás - o seu ouro negro
Querem o poder dos reis no congresso e na bala
E dizimam sonhos, democracia e outros enredos
Os que amavam aqui, como ontem, estão dizimados
Desamparados fogem para a puta que pariu
Choram todos os limites de civilidade (que caem pela violencia)
Choram a nova morte de nosso amado Brasil
Postado por Rangel Castilho às 06:42 0 comentários